Demência Frontotemporal e sua Relação com a Idade Avançada

A Demência Frontotemporal (DFT) é uma doença neurodegenerativa que afeta os lobos frontal e temporal do cérebro, responsáveis por processos como comportamento, personalidade, linguagem e movimento. Ao contrário da doença de Alzheimer, que é mais conhecida, a demência frontotemporal é menos prevalente, mas causa um impacto significativo na vida dos pacientes, especialmente os idosos.

Principais Sintomas

Os sintomas da demência frontotemporal variam de acordo com a área do cérebro mais afetada e podem ser categorizados em três grupos principais:

  • Mudanças Comportamentais: Comportamento impulsivo, perda da inibição, apatia e comportamentos compulsivos são frequentemente observados. As pessoas afetadas pela demência frontotemporal podem agir de maneira insensível ou inadequada, fazer comentários desrespeitosos e perder o interesse pelas atividades que antes valorizavam;
  • Alterações de Personalidade: A demência frontotemporal pode levar a uma diminuição da empatia, dificuldades emocionais e sociais, comprometimento do julgamento e comportamentos repetitivos. Isso pode causar estranheza nas interações sociais, além de dificuldades em manter relações pessoais e profissionais;
  • Problemas de Linguagem: A afasia progressiva primária, uma das variantes da demência frontotemporal, resulta em dificuldades significativas na fala e compreensão da linguagem. Os pacientes podem ter dificuldade em encontrar palavras, formar frases e compreender o significado das sentenças.

    Fatores de Risco e Diagnóstico

    Embora a demência frontotemporal possa se desenvolver em pessoas mais jovens, é mais comum entre aqueles com idade avançada, geralmente entre 45 e 65 anos. No entanto, o envelhecimento aumenta a vulnerabilidade do cérebro a doenças neurodegenerativas, tornando a demência frontotemporal uma preocupação crescente entre a população idosa. A genética e a história familiar desempenham um papel importante, e anomalias em proteínas como a tau e a TDP-43 estão associadas à demência frontotemporal.

    É o caso do ator norte americano Bruce Willis e do jornalista brasileiro Maurício Kubrusly.

    Estima-se que a prevalência de DFT em todo o mundo seja de 12% a 15% de todos os casos de demência.

    A Sociedade Brasileira de Neurologia (SBN) enfatiza a importância do diagnóstico precoce e de uma abordagem multidisciplinar no tratamento. Isso inclui testes neuropsicológicos, avaliações comportamentais e de linguagem, exames laboratoriais e de neuroimagem. Além disso, a SBN recomenda que profissionais de saúde em todos os níveis – atenção primária, secundária e terciária – estejam devidamente equipados e capacitados para identificar e tratar a demência frontotemporal com eficácia.

    Tratamento e Manejo

    Atualmente, não há cura para a demência frontotemporal, e o tratamento se concentra no manejo dos sintomas para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Medicamentos podem ser prescritos para controlar comportamentos impulsivos ou agressivos, enquanto terapias ocupacionais e fisioterapias são importantes para manter a funcionalidade motora. Intervenções psicossociais, como suporte familiar e grupos de apoio, também são cruciais para ajudar os pacientes e seus cuidadores a lidar com os desafios diários.

    Impacto na Vida das Pessoas Idosas

    A demência frontotemporal pode afetar de maneira profunda a vida das pessoas idosas, deteriorando progressivamente sua capacidade de viver de forma independente. A perda de autonomia e as profundas alterações emocionais e comportamentais colocam uma carga significativa sobre os cuidadores, que muitas vezes são familiares mais próximos.

    A conscientização entre profissionais de saúde e a população em geral é vital para o reconhecimento precoce e manejo adequado da doença. Uma abordagem multidisciplinar, envolvendo médicos, terapeutas e suporte psicossocial, é essencial para garantir que os pacientes idosos recebam o cuidado e a atenção de que precisam.

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    Você sabe a diferença de independência e autonomia da pessoa idosa? Falamos nesse post, de como essas duas características nem sempre estão presentes nos idosos ao mesmo tempo.


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