As apostas, especialmente em plataformas de jogos e esportes, têm se tornado um problema crescente entre as populações mais vulneráveis, e os idosos não são uma exceção. Com o fácil acesso a dispositivos digitais e o aumento da publicidade voltada para plataformas de “bets” (apostas online), muitos idosos acabam se envolvendo nesse tipo de atividade, o que pode trazer graves consequências tanto financeiras quanto emocionais.
O primeiro problema relacionado às apostas para idosos está na vulnerabilidade financeira. Muitas pessoas idosas vivem com uma renda fixa, proveniente de aposentadorias ou pensões, o que torna o controle financeiro essencial para a manutenção de uma vida digna. No entanto, o atrativo das apostas, que prometem ganhos rápidos e fáceis, pode levar os idosos a comprometerem parte significativa de seus recursos em jogos de azar.
Em matéria publicada na Revista Forbes, idosos e aposentados comprometem mais de R$3 mil por mês com apostas. Os R$3 bilhões gastos pelos beneficiários do Bolsa Família com apostas e jogos de azar não é a única informação alarmante trazida pela nota técnica divulgada pelo Banco Central. O documento, que analisa os gastos da população brasileira no setor, também aponta que aqueles com mais de 50 anos tendem a gastar, na mediana, R$ 2.500 por mês. O valor é ainda maior entre maiores de 60 anos — R$ 3 mil mensais.
Além dos riscos financeiros, o impacto emocional também é significativo. As apostas podem se tornar uma atividade viciante, criando uma sensação de urgência e euforia, seguida de frustração e ansiedade quando as perdas se acumulam. Para idosos que muitas vezes já enfrentam sentimentos de solidão e isolamento, as apostas podem parecer uma forma de preencher o tempo e oferecer uma distração, mas, na realidade, acabam agravando a solidão e aumentando o estresse emocional. Esse tipo de envolvimento pode levar ao desenvolvimento de distúrbios psicológicos, como depressão e ansiedade, que são particularmente preocupantes em uma faixa etária mais vulnerável.
Outro aspecto que contribui para esse problema é a falta de familiaridade dos idosos com as plataformas digitais e suas políticas. Muitos não compreendem os riscos ou as condições envolvidas nas apostas online, o que facilita a exploração por empresas que se beneficiam dessa inexperiência. Para combater esse problema, é fundamental conscientizar tanto os idosos quanto suas famílias sobre os riscos das apostas online. Medidas educativas podem ajudar os idosos a entender os perigos das “bets”, enquanto políticas públicas podem ser criadas para regular melhor o acesso a essas plataformas.
Proteger os idosos desse risco é uma responsabilidade coletiva que envolve famílias, profissionais de saúde e a sociedade em geral, garantindo que os idosos possam viver com segurança financeira e emocional, sem as armadilhas das apostas. Compartilhe esse texto com os amigos e familiares.
