Alterações climáticas e impactos na pessoa idosa

As mudanças climáticas têm impactos significativos na saúde das pessoas idosas, exacerbando vulnerabilidades preexistentes e aumentando os riscos de mortalidade e morbidade. A exposição ao calor extremo é uma das principais preocupações.

Estudos mostram que a exposição crônica ao calor pode dobrar em todos os cenários de aquecimento, com mais de 23% da população global com 69 anos ou mais vivendo em climas onde a temperatura máxima diária excede 37,5°C, comparado a 14% atualmente.

Outro ponto a se destacar é o número crescente de queimadas, muito provenientes da relação com a baixa umidade relativa do ar. Quando a umidade relativa está baixa, o ar fica mais seco, o que pode influenciar diretamente na ocorrência e na intensidade das queimadas

As pessoas idosas são particularmente vulneráveis a ondas de calor devido a fatores fisiológicos e comorbidades associadas à idade, como doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes tipo 2 e doenças renais crônicas.

A incapacidade de regular a temperatura corporal e manter a estabilidade hemodinâmica durante a exposição ao calor pode levar a eventos patofisiológicos agudos, como insolação, eventos cardiovasculares adversos e lesão renal aguda.

Além disso, a exposição a temperaturas extremas está associada a um aumento na mortalidade relacionada ao calor. Em um estudo realizado em Pequim, China, projetou-se um aumento de 264,9% nas mortes relacionadas ao calor entre pessoas idosas até a década de 2080, em comparação com a década de 1980.

A mortalidade relacionada ao calor também é exacerbada por declínios funcionais, como mobilidade reduzida, dependência em atividades diárias e isolamento social.

A saúde mental das pessoas idosas também é afetada pelas mudanças climáticas. Eventos climáticos extremos, como desastres naturais, podem levar a sintomas de ansiedade, depressão e transtorno de estresse pós-traumático, além de déficits cognitivos associados à exposição a poluentes do ar e ondas de calor.

Portanto, é crucial implementar estratégias de adaptação, como sistemas de alerta precoce, infraestrutura de saúde adequada e programas de suporte social, para mitigar os impactos das mudanças climáticas na população idosa.

Lembrando que a Ação contra a mudança Global do Clima é um dos 17 itens que constam do ODS (objetivos de desenvolvimento sustentável) que a ONU estabeleceu.


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