Em nossa rotina de atendimentos percebemos que os familiares e cuidadores têm muitas dúvidas a respeito de quando contratar um Fisioterapeuta para atender o idoso em casa, e quando levá-lo até uma clínica de reabilitação.
Primeiramente, é preciso dizer que as duas formas de atendimento são válidas. Tanto a clínica quanto o atendimento domiciliar contam com recursos e equipamentos adequados para garantir uma intervenção satisfatória. Nossa resposta para a pergunta do título é: Depende!
Antes de decidir qual a melhor opção precisamos entender a situação da família e do idoso em questão. Preparamos um guia de perguntas e respostas para explicar o que levar em consideração na hora de decidir.
#1 – Por qual motivo o idoso necessita de fisioterapia?
Essa pergunta costuma ser recorrente quando se entra em contato com um Fisioterapeuta em busca de atendimento. Precisamos saber o motivo do encaminhamento para que possamos estruturar o plano de cuidados mais adequado para esse idoso.
Grande parte dos idosos é acometida por doenças crônicas, nem sempre controladas, que acabam por levar a perda da funcionalidade e independência, além de impactar na qualidade de vida. Associado a esse quadro também podem surgir eventos agudos que agravam ainda mais esse estado.
Um idoso que tenha fraturado o fêmur, por exemplo, provavelmente terá dificuldades para se locomover nos primeiros meses após a liberação para fisioterapia. Devemos pesar o custo – benefício de tirar o idoso de casa e colocá-lo em um carro, tirar o idoso do carro para descer na clínica, fazer fisioterapia, voltar para o carro e descer novamente em casa. Essa rotina que pode parecer simples para qualquer um de nós vai se tornar um desafio para um idoso com limitação da mobilidade. Para esses e outros casos em que o idoso apresenta dificuldade para caminhar, muito desequilíbrio, tonturas frequentes ou medo de cair, sair de casa pode configurar um risco ainda maior para sua integridade física.
Por outro lado, se estamos falando de um idoso hígido, sem limitações físicas importantes, capaz de caminhar sem grandes dificuldades, ir até uma clínica de reabilitação pode ser uma boa opção, ficando a critério do próprio idoso e familiares decidirem.
#2 – O idoso tem condições de ir sozinho até a clínica de reabilitação?
Alguns idosos podem não apresentar limitações físicas, mas possuem alteração de memória e comportamento, o que os impedem de saírem sozinhos. Em outros casos, não há nenhum comprometimento cognitivo ou físico, mas o idoso não se sente seguro para sair de casa desacompanhado. E por vezes, a insegurança pode partir dos familiares.
Para qualquer um dos motivos acima o idoso precisará de um acompanhante que se disponha a levá-lo, aguardar o período de atendimento e trazê-lo novamente para casa. Esse processo pode envolver gastos, como combustível e estacionamento, que não estavam previstos no orçamento. Algumas famílias conseguem se organizar para que essa rotina seja cumprida, para outras, pode ser inviável. Nesses casos, o atendimento domiciliar pode ser uma alternativa para que o idoso seja reabilitado de acordo com os horários e rotina da família ou cuidadores.
#3 – O que vamos reabilitar?
Muitas vezes a necessidade de fisioterapia é só a ponta do iceberg. Na Gerontologia (ciência que estuda o envelhecimento humano) a premissa é atenção integral ao idoso, ou seja, por mais que o idoso esteja “apenas” com uma dor no joelho precisamos ter um olhar mais amplo e avaliá-lo como um todo.
Tomando esse caso como exemplo:
– A dor no joelho pode ser uma osteoartrite (desgaste da cartilagem do joelho), bastante comum em idosos, mas o ideal é que haja um acompanhamento médico para que se faça o diagnóstico preciso. Ela pode ser desencadeada por diversos fatores e sabe-se que o sobrepeso pode agravar o quadro. Nesse caso, seria de fundamental importância a avaliação de um nutricionista, visando uma reeducação alimentar para controle de peso e, consequentemente, alívio da dor e sobrecarga no joelho.
Se o idoso está com dor no joelho, provavelmente, deve estar com dificuldade para caminhar. Essa limitação pode levar a uma queda. A casa do idoso está adaptada às condições dele para diminuir o risco de uma queda? O idoso está usando bengala ou algum outro dispositivo de auxílio à marcha para diminuir a sobrecarga no joelho e proteger essa articulação?
Muitas perguntas, não é mesmo? Algo aparentemente simples pode, de fato, se tornar bastante complexo quando estamos falando de idosos, daí a importância do respaldo de uma equipe multiprofissional visando um atendimento completo e integral ao idoso.
Para detectar todas essas peculiaridades é necessário fazer uma Avaliação Gerontológica Ampla (tema do próximo post) e nesse caso, ser atendido em domicílio irá facilitar o acesso a diversos profissionais e também à casa do paciente, caso sejam necessárias adaptações.
Então, caso o idoso possua várias doenças e precise de uma equipe de atendimento multiprofissional, o atendimento domiciliar pode ser uma ótima alternativa.
Se restaram dúvidas a respeito do atendimento domiciliar ao idoso entre em contato conosco! Ficaremos felizes em ajudar!
Caroline Venturini Ferreira – Responsável Administrativa
Ms. Fisioterapeuta e Sócia-Proprietária da empresa Elo Senior
Caroline Ferreira Saladini – Responsável Técnica
Ms. Fisioterapeuta e Sócia-proprietária da empresa Elo Senior